Vigésimas oitava e nona etapas - O Cebreiro - Sarria (41km) - 10/novembro/2017
Saída: 8h
Chegada: 18h30
Deixamos O Cebreiro com uma forte neblina e uma chuva intensa, fina e gelada. A temperatura estava em 11°C. Mesmo com o poncho de chuva, parecia que aquela garoa molhava cada centímetro do corpo. A trilha estava bastante molhada por conta da garoa da noite. Havia lama em muitos trechos.
Encontramos poucos peregrinos no caminho. Primeiro, porque saímos mais cedo do que a maioria, às 8h. Segundo, porque, sem as mochilas, vínhamos andando mais rápido. Numa primeira parada em Fonfria, encontramos duas peregrinas perguntando sobre taxi. Provavelmente, o dia para elas acabava por ali. De fato, andar com aquela chuvinha era para pagar os pecados.
A chuva só deu trégua em Triacastela, por volta das 13h30. Esquentou um pouco também. Já havíamos percorrido mais de 21km a esta altura. Ao invés de parar para almoçar num restaurante, saímos procurando um supermercado, como fazemos todos os dias. Só que dessa vez, ele já estava fechado para a siesta e só reabriria às 16h. Mesmo com fome, decidimos seguir caminhando até a próxima cidade, porque não tínhamos tempo a perder. A jornada hoje era longa.
Nesse ponto, há duas alternativas para o caminho, uma por Samos, a mais famosa, mais longa e com mais infra-estrutura, e outra, por San Xil, mais curta e mais bonita, porque a trilha passa em meio a bosques, fazendas e povoados bem pequenos.
Fizemos o caminho por San Xil, por uma trilha muito bonita. O sol já nos acompanhava e a vegetação estava exuberante com todas as cores do outono. Nos povoados, as famílias mantém os animais no currau embaixo, no porão da casa, e moram na parte de cima. É curioso passar ao lado das casas e ouvir o mugido do gado. Em um dado instante, testemunhamos o exato momento em que um fazendeiro abriu o portão da casa e fez o gado sair para a rua em direção a um pasto. As vacas saíram e andaram junto conosco pelo caminho. É por isso, que o caminho cheira a estrume de vaca. As ruas dos povoados e as trilhas ficam cobertas de estrume em boa parte do caminho.
Às 15h, eu já estava morrendo de fome e não havia nenhum bar ou restaurante funcionando por essas bandas. Comi a última laranja guardada e seguimos. Fomos encontrar o primeiro bar e restaurante aberto, A Casa do Franco, em Furela. A cerveja e a tortilha que comemos, lá pelas 16h, foi o combustível que precisávamos para seguir rumo a Sarria.
Sarria é grande, perto de todos os vilarejos que passamos, com seus 13,3 mil habitantes. Andamos quase 3 km, já dentro da cidade, até chegar ao nosso albergue. Na verdade, fizemos uma reserva para a Pension Don Alvaro em um confortável e novíssimo quarto duplo com banheiro privativo. Merecido, depois de andar quase 41km de acordo com o GPS do Polar do Luiz. O hospitaleiro da pensão garante que a distância foi 42km. E com isso, completamos 430km, até agora...
Saída: 8h
Chegada: 18h30
Deixamos O Cebreiro com uma forte neblina e uma chuva intensa, fina e gelada. A temperatura estava em 11°C. Mesmo com o poncho de chuva, parecia que aquela garoa molhava cada centímetro do corpo. A trilha estava bastante molhada por conta da garoa da noite. Havia lama em muitos trechos.
Encontramos poucos peregrinos no caminho. Primeiro, porque saímos mais cedo do que a maioria, às 8h. Segundo, porque, sem as mochilas, vínhamos andando mais rápido. Numa primeira parada em Fonfria, encontramos duas peregrinas perguntando sobre taxi. Provavelmente, o dia para elas acabava por ali. De fato, andar com aquela chuvinha era para pagar os pecados.
A chuva só deu trégua em Triacastela, por volta das 13h30. Esquentou um pouco também. Já havíamos percorrido mais de 21km a esta altura. Ao invés de parar para almoçar num restaurante, saímos procurando um supermercado, como fazemos todos os dias. Só que dessa vez, ele já estava fechado para a siesta e só reabriria às 16h. Mesmo com fome, decidimos seguir caminhando até a próxima cidade, porque não tínhamos tempo a perder. A jornada hoje era longa.
Nesse ponto, há duas alternativas para o caminho, uma por Samos, a mais famosa, mais longa e com mais infra-estrutura, e outra, por San Xil, mais curta e mais bonita, porque a trilha passa em meio a bosques, fazendas e povoados bem pequenos.
Fizemos o caminho por San Xil, por uma trilha muito bonita. O sol já nos acompanhava e a vegetação estava exuberante com todas as cores do outono. Nos povoados, as famílias mantém os animais no currau embaixo, no porão da casa, e moram na parte de cima. É curioso passar ao lado das casas e ouvir o mugido do gado. Em um dado instante, testemunhamos o exato momento em que um fazendeiro abriu o portão da casa e fez o gado sair para a rua em direção a um pasto. As vacas saíram e andaram junto conosco pelo caminho. É por isso, que o caminho cheira a estrume de vaca. As ruas dos povoados e as trilhas ficam cobertas de estrume em boa parte do caminho.
Às 15h, eu já estava morrendo de fome e não havia nenhum bar ou restaurante funcionando por essas bandas. Comi a última laranja guardada e seguimos. Fomos encontrar o primeiro bar e restaurante aberto, A Casa do Franco, em Furela. A cerveja e a tortilha que comemos, lá pelas 16h, foi o combustível que precisávamos para seguir rumo a Sarria.
Sarria é grande, perto de todos os vilarejos que passamos, com seus 13,3 mil habitantes. Andamos quase 3 km, já dentro da cidade, até chegar ao nosso albergue. Na verdade, fizemos uma reserva para a Pension Don Alvaro em um confortável e novíssimo quarto duplo com banheiro privativo. Merecido, depois de andar quase 41km de acordo com o GPS do Polar do Luiz. O hospitaleiro da pensão garante que a distância foi 42km. E com isso, completamos 430km, até agora...
Alto de San Roque (1270m) |
Alto de San Roque (1270m) |
Fonfria |
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